02 Os dois lados do debate

A ciência da Criação defende que um ser inteligente é o criador do Universo e da vida. Um bom número dos que tomam esse partido na polêmica - talvez a maioria - crê no relato bíblico da Criação, ou seja, que o Universo foi criado no decorrer de seis dias, há cerca de 6 mil anos. (O cálculo aproximado da idade da Terra pode ser feito somando-se o tempo de vida de Adão e seus descendentes, conforme Gênesis capítulos 5 e 11, e outras passagens bíblicas, até o lançamento do alicerce do templo em Jerusalém pelo rei Salomão em 967/966 a.C., data com a qual concorda a maioria dos historiadores, com variações de alguns anos.1) Além disso, os criacionistas que aceitam os relatos bíblicos, acreditam que, por volta de 1.400 anos após a Criação, um dilúvio mundial alterou cataclismicamente a Criação original e que todos os seres humanos e animais de hoje são descendentes diretos dos ocupantes da arca de Noé.
A teoria ateísta mais popular sobre a origem do Universo é a da “grande explosão” (big bang), a qual passa por constantes revisões conforme novos dados são acrescidos à equação. Em essência, declara que o Universo começou a partir da explosão de um núcleo de dimensões minúsculas, mas com altíssima densidade, espalhando matéria que se expandiu para formar todos os corpos astrais distribuídos no Universo, o qual ainda se encontra em expansão.
Há uma fartura de especulações quanto à época em que isso aconteceu, mas a faixa de tempo média sugerida é de 20 a 40 bilhões de anos. Em algum momento, há bilhões de anos, a Terra, sendo formada, esteve sujeita a uma chuva que durou bilhões de anos. Isso fez com que as rochas se dissolvessem, e se transformassem no oceano, formando o que hoje é comumente chamado de “caldo primordial”.
Em função do surgimento casual de uma energia de algum tipo, a vida, na forma de células simples, surgiu a partir de vários compostos químicos inorgânicos presentes no “caldo”. Essa vida se desenvolveu e se tornou de uma natureza cada vez mais complexa e, no decorrer de bilhões de anos desde então, deu origem à vasta diversidade de vida que hoje abunda neste planeta.
Os cientistas que acreditam na Criação percebem, ao contemplar o cosmos, a inconfundível obra de um arquiteto. Quando os evolucionistas observam o mesmo Universo concluem que tudo que nele se encontra é resultado de ações aleatórias.
É importante entender que, ao contrário do que afirmam os evolucionistas, crer no relato bíblico da Criação não é diametralmente oposto à ciência verdadeira. Os proponentes da evolução muitas vezes tentam rotular os que crêem na Criação de cientificamente ignorantes e obtusos. Isso é inaceitável. Ser criacionista não significa renegar a ciência. Na verdade, muitos cientistas são criacionistas.
A ciência verdadeira é fundamentada no que é conhecido como “método científico”, segundo o qual o conhecimento é formado a partir de um questionamento, seguido por uma coleta de dados e da observação e experimentação de uma resposta hipotética. Uma teoria só pode ser considerada válida e ganhar status de fato científico se provada verdadeira por resultados observáveis e repetíveis, obtidos por experimentação.
Como nem a teoria do big-bang/evolução nem a fé de que a Criação seja obra de Deus podem ser observadas ou repetidas sob condições experimentais, ambas são sistemas de crença que permanecem na esfera da fé. Em última análise, é uma questão de no que - e em quem - você decide acreditar.
Algumas pessoas tentam ficar em cima do muro: acreditam no Deus da Bíblia, mas, ao mesmo tempo, defendem que a Criação se deu como resultado de processos evolucionários. São os proponentes da chamada evolução teísta. Um capítulo posterior analisa mais de perto as tentativas dos adeptos dessa doutrina de sintetizar as visões polarizadas da Bíblia e da teoria da evolução. Mas, em termos gerais, trata-se de uma interposição que demanda o dobro da fé necessária à aceitação dos outros sistemas de crença, pois exige que se acredite em ambos.

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