A próxima questão que os evolucionistas contestam é o relato bíblico em Gênesis capítulos 6-9 da inundação mundial, comumente chamada “O Dilúvio”. O mundo inteiro foi inundado? Existem evidências hoje de que sequer tenha acontecido? Como todos esses animais couberam na Arca?
Segundo relato no livro do Gênesis a Arca media 300 x 50 x 30 cúbitos (Gênesis 6:15), o que corresponde, aproximadamente, a 140 x 23 x 13.5 metros. A razão entre o comprimento, a largura e a altura é 30:5:3. Testes realizados com modelos da Arca feitos exatamente segundo as especificações mostraram que a embarcação de Noé poderia sobreviver a ondas violentas de até 60 metros de altura e que, mesmo que caturrasse (mergulhasse a proa, no balanço longitudinal) a uma inclinação de quase 90 graus, poderia voltar a se endireitar. Porque não foi projetada para chegar a nenhum lugar específico, não precisava de propulsão nem de sistema de direcionamento, bastava ter condições de agüentar o mar e oferecer aos seus ocupantes acomodações por um ano. E para isso, o projeto foi perfeito.
O volume total da arca era 43.500 metros cúbicos - o equivalente a 522 vagões-padrão para transporte de animais usados nos Estados Unidos, os quais têm capacidade para transportar 240 ovelhas cada. Isso significa que na embarcação construída por Noé caberiam 125 mil animais com o porte médio de uma ovelha.
A Bíblia diz que Noé levou um casal de cada “espécie” de animal, pássaro e réptil, exceto no caso dos animais “limpos” dos quais transportou sete. (Há uma certa discussão se foram sete casais ou apenas sete exemplares.)
O que é uma “espécie”? O melhor termo moderno correspondente ao usado na Bíblia é “gênero” (categoria taxionômica compreendida entre a família e a espécie), um termo mais abrangente que “espécie”. Os animais de uma mesma espécie podem se entrecruzar e produzir crias férteis, ao passo que os do mesmo gênero podem se entrecruzar e produzir crias possivelmente estéreis. Por exemplo: zebras, burros e cavalos são do mesmo gênero, mas no caso de acasalamento, produzirão filhotes como as mulas, incapazes de se reproduzirem.
Acredita-se que cada gênero teve um casal matriz original do qual derivaram as várias espécies pelo processo de microevolução. Por exemplo, todos os bovinos teriam descendido de um mesmo ancestral chamado bos primigenius, ou “auroque”, que também deu origem ao bisão e às muitas variedades de búfalo.
Há cerca de 8 mil gêneros identificados, incluindo os extintos. Isso significa que haveria 16 mil animais, pássaros e répteis na Arca (Um número maior - considerando sete exemplares ou sete pares - de animais “limpos”, ou seja, apropriados para consumo humano pelos padrões bíblicos, teria pouca influência nessa quantidade, pois, segundo a relação que consta em Deuteronômio capítulo 14, o número de animais sob essa categoria é relativamente pequeno.)
Havia lugar suficiente para todos os animais na Arca de Noé.
Noé não precisou levar os peixes nem as demais criaturas do mar porque suficiente dessas sobreviveriam às condições tumultuadas do dilúvio. Ele também não foi orientado a levar insetos, mas seu gigantesco zoológico flutuante certamente atraiu copiosas nuvens de insetos, inclusive os não bem-vindos, além dos que sobreviveram sobre a vegetação que ficou flutuando. A Bíblia é clara que, com exceção dos que se encontravam na Arca, “tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas” pereceu no dilúvio. Como insetos e peixes não respiram pelas narinas, há margem para crermos que alguns desses dois grupos não foram mortos na catástrofe.
Existe também a questão dos animais de grande porte, como os dinossauros ou os elefantes. Como entraram na Arca? Não há registro de que Noé tenha levado animais plenamente desenvolvidos. A maioria dos especialistas em animais diz que os animais mais jovens são de mais fácil manejo. Portanto, seria sensato se Noé levasse animais jovens ou até filhotes. Nesse caso, somente cerca de 10% dos animais seriam maiores que as ovelhas. Como, em teoria, a Arca tinha capacidade para mais de 125 mil animais do tamanho de ovelhas e como o número de animais embarcados era de 16 mil, haveria lugar suficiente para todos, além do estoque de comida para alimentá-los durante a viagem, que durou em torno de 375 dias.1
Gênesis 7 descreve o dilúvio da seguinte forma:
[Naquele dia] romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a Terra quarenta dias e quarenta noites... Esteve o dilúvio quarenta dias sobre a terra; e cresceram as águas e levantaram a Arca, e ela se elevou por cima da Terra. Prevaleceram as águas, e cresceram grandemente sobre a Terra; e a Arca vagava sobre as águas. As águas prevaleceram excessivamente sobre a Terra; e todos os altos montes, que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos. Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos... E prevaleceram as águas sobre a Terra cento e cinqüenta dias. (Gênesis 7:11-12,17-20,24.)
Primeiro, romperam-se as fontes do grande abismo. Se isso significou a liberação de uma imensa quantidade de água até então retida no subsolo, ou se houve uma elevação monumental do leito do oceano, causando um avanço de água do mar sobre a terra, não sabemos. Um modelo científico recentemente desenvolvido chamado Placas Tectônicas Catastróficas indica que o dilúvio foi causado por movimentos intensos e violentos das placas tectônicas.2
O mesmo modelo também indica haver ocorrido atividade vulcânica global, especialmente no fundo do mar - um evento capaz de lançar uma quantidade de água na atmosfera capaz de causar chuvas com 40 dias de duração, conforme descreve Gênesis. Em algum momento, esse movimento teria forçado a formação das montanhas e o afundamento do leito marinho, fazendo com que as águas que cobriram as montanhas mais elevadas da Terra pré-diluviana recuassem para preencher as depressões criadas pela movimentação, formando assim os oceanos.
O Dilúvio foi mundial e é cientificamente possível que tenha acontecido tal qual descrito em Gênesis.
Se a superfície do nosso planeta fosse hoje totalmente plana, o globo estaria coberto por uma camada de água com 2,7 km de profundidade. Obviamente, isso não cobriria as maiores montanhas que hoje temos, como o Monte Everest. Os Himalaias e outras cadeias montanhosas dão evidência de terem sido empurradas para cima depois que as camadas de sedimentos contendo fósseis foram depositadas, o que condiz à teoria da placas tectônicas catastróficas. Conjectura-se que os sete continentes que hoje conhecemos se formaram naquela época. As pesquisas futuras poderão provar ou negar essa teoria, mas o modelo da tectônica de placas é o que mais se aproxima das evidências hoje disponíveis.1
Isso quer dizer que o Dilúvio tenha acontecido? A ciência diz que sim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário