Vamos começar do começo: o relato nos dois primeiros capítulos de Gênesis.
O Primeiro Dia
No princípio, criou Deus os Céus e a Terra. A Terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa, e fez separação entre a luz e as trevas. E chamou Deus à luz dia, e às trevas, noite. E houve tarde e manhã no primeiro dia. (Gênesis 1:1-5).
A Agenda de Deus para o Primeiro Dia
O planeta Terra
A Luz
Separar a luz das trevas
A Terra foi criada como um planeta aquático e sem forma, suspenso na escuridão e no espaço vazio - não havia o Sol, a Lua, as estrelas nem outros planetas, apenas a Terra. Isso, obviamente, é inteiramente contrário a toda a teoria do Big Bang, que sustenta que a Terra e o resto do Universo surgiram a partir de um ponto infinitesimalmente pequeno e imensamente denso, mas não há evidência científica que conteste a afirmação bíblica de que a Terra tenha sido feita antes dos demais astros.
Em seguida, Deus criou a luz física. Os evolucionistas rapidamente perguntam como a luz poderia ter existido antes do Sol, o qual, segundo a Bíblia, foi criado somente no quarto dia. Isso não se encontra detalhado na descrição sucinta da Criação, mas com certeza a luz emanou de uma outra fonte que não o Sol. Está claro também que a luz vinha de uma única direção e a Terra já estava realizando seu movimento de rotação, porque houve “tarde e manhã”, ou seja, sempre metade do planeta estava iluminado.
O Segundo Dia
E disse Deus: Haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. Fez Deus o firmamento, e fez separação entre as águas que estavam debaixo do firmamento e as águas que estavam por cima do firmamento. E assim foi. Chamou Deus ao firmamento céu. E houve tarde e manhã no segundo dia (Gênesis 1:6-8).
A Agenda de Deus para o Segundo Dia
Atmosfera
Água
Dividir as águas
Quando as águas foram “divididas” pelo firmamento (o céu), parte permaneceu sobre a superfície do planeta, e parte subiu e ficou suspensa no céu atmosférico.
Presume-se que a água atmosférica encapsulava a Terra, nesse estágio, como uma abóbada de água.
O Terceiro Dia
E disse Deus: Ajuntem-se as águas que estão debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim foi. Chamou Deus à porção seca terra, e ao ajuntamento das águas, mares. E viu Deus que isso era bom. E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim foi. A terra produziu relva, ervas que davam semente conforme a sua espécie, e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. E houve tarde e manhã no terceiro dia (Gênesis 1:9-13).
A Agenda de Deus para o Terceiro Dia
Terra seca e mares
Um sistema para irrigar toda a superfície, constituído de fontes ou orvalho, ou ambos
Vegetação, plantas com reprodução por semente e árvores frutíferas
A água na superfície da Terra foi reunida em um único lugar. Isso parece sugerir que havia apenas um único oceano e a parte seca, por conseguinte, formava um único continente. Então, todos os vários tipos de vegetação foram criados, como plantas e árvores adultas, cada uma com sua própria semente e fruto.
O Quarto Dia
E disse Deus: Haja luminares no firmamento do céu para fazerem separação entre o dia e a noite, e sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos, e sirvam de luminares no firmamento do céu, para iluminar a terra. E assim foi. Fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite. Fez também as estrelas. Deus os pôs no firmamento do céu para iluminar a terra, para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. E houve tarde e manhã no quarto dia. (Gênesis 1:14-19).
A Agenda de Deus para o Quarto Dia
O Sol da Terra
A Lua da Terra
O restante do Universo
Hora de criar o resto do Universo! E então o Sol, a Lua e os demais astros foram criados. Mas uma pergunta paira no ar: se o Universo foi criado há milhares e não milhões de anos, como podemos ver agora a luz de estrelas a milhões de anos luz de distância? Na verdade, parece, pela descrição em Gênesis, que as luzes dessas estrelas foram vistas na Terra logo no primeiro dia em que foram criadas.
Existem algumas respostas possíveis e simples. Uma é que se Deus pode criar estrelas distantes, não Lhe seria difícil criá-las com a luz já projetada para a Terra, de forma que chegasse no mesmo dia em que as estrelas foram criadas. A segunda é que Ele poderia ter criado a luz de tal forma a parecer estar vindo de uma distância equivalente a milhões de anos-luz, mas, na realidade, não estar. Isso significa, entretanto, que estaríamos vendo coisas à noite no céu que nunca aconteceram, tais como a explosão de supernovas distantes cuja luz chega à Terra trazendo, dentre outras informações detalhadas, a velocidade da expansão, os isótopos que tomaram parte no processo e, às vezes, o eco de uma luz refletida em uma formação gasosa. Além de essa possibilidade não parecer combinar com a natureza de Deus, essas idéias deixam a desejar quando submetidas a exames científicos rigorosos.
Uma outra proposta, de natureza mais filosófica, é que, como qualquer inventor, Deus visualizou toda Sua Criação antes de começar a construí-la. Todas essas coisas como as estrelas e a luz que delas procede poderiam ser conceitos em amadurecimento na mente de Deus antes de passarem do estágio de idéias para realidade. Portanto, desenvolveram-se à “velocidade” do pensamento de Deus. Ninguém sabe quão rápido Deus pensa e, como Ele não está sujeito à dimensão do tempo, o termo “velocidade” nem pode ser aplicado aos Seus pensamentos. Um Universo plenamente maduro poderia ter sido criado da mesma forma que Ele criou a vida animal e vegetal sobre a Terra, em seu estado já adulto.
Mas existem também respostas com fundamentos na ciência. O termo científico para o estudo da origem e estrutura do Universo “cosmologia” e os cientistas cristãos desenvolveram alguns modelos interessantes que parecem explicar como o Universo pode conter distâncias mensuráveis em milhões ou até bilhões de anos-luz e ter sido criado há apenas 6 mil anos. Ainda que esses modelos talvez não exemplifiquem exatamente como Deus realizou a Criação, mostram que há elementos científicos que indicam como Deus poderia ter operado e, portanto, que a Criação em seis dias é cientificamente viável.
Um desses modelos é o descrito pelo Dr. Robert Humphreys em seu livro Starlight and Time1, baseado nas teorias de relatividade geral de Einstein.
Humphreys faz duas suposições gerais: 1) o Universo tem limites e, portanto, um centro e 2) o nosso sistema solar e, portanto, nosso planeta, está em algum lugar perto do centro. A suposição de que o Universo tem um fim ou um limite é válida porque tudo mais na esfera física tem limites. Que a Terra esteja próxima ao centro do Universo parece ter resultado de observação astronômica.
O modelo está, portanto, baseado nestas duas observações: 1) que a velocidade à qual algo viaja é a distância de deslocamento dividida pelo tempo necessário para o deslocamento, e 2) que a gravidade distorce o tempo (como disse Einstein em sua teoria da relatividade geral). Quanto maior for a atração gravitacional, mais lento será percebido o tempo. Da mesma forma, quanto menor a força gravitacional, mais rápido será percebido o tempo.
A Teoria da Relatividade Geral de Einstein pode sustentar que o Universo tenha sido criado em um dia.
Quando uma matéria é muito grande ou muito densa, o desvio gravitacional pode ser tal que chega a afetar a luz, formando os chamados “buracos negros”. As equações da relatividade geral mostram que o tempo literalmente pára no limite invisível que envolve tal concentração de matéria (Também chamado “horizonte de eventos”, o ponto em que os raios de luz, tentando escapar da enorme força gravitacional, acabam dobrando-se contra eles mesmos).
Se a Terra estiver próxima ao centro do Universo, então o efeito da gravidade sobre ela é muitas vezes maior do que o que ocorre nas bordas do Universo. Há também evidências de que o Universo esteja se expandindo - algo que a Bíblia sustenta com versículos tais como Isaías 42:5, Jeremias 10:12 e Zacarias 12:1, nos quais diz que Deus “estendeu” os céus.
Se o Universo não for muito maior do que podemos observar e se era apenas 1/50 no passado do que é agora, a dedução científica baseada na relatividade geral é que o Universo teria de se expandir a partir de um estado prévio cercado por um horizonte de eventos (uma condição conhecida por “buraco branco” - um buraco negro operando ao contrário, o que é uma possibilidade, segundo as equações da relatividade geral).
Conforme a matéria passou desse horizonte de eventos, o próprio horizonte teve de encolher até nada. Em um ponto, portanto, o tempo na Terra, relativo a um ponto longe dela, teria parado. Um observador na Terra não teria percebido nenhuma diferença. Entretanto, existiriam disponíveis “bilhões de anos” (em termos terrenos) para a luz chegar à Terra, para as estrelas envelhecerem, etc., enquanto um dia comum transcorresse na Terra. De acordo com a Bíblia, a criação do Sol, da Lua e das estrelas (com sua luz visível pela Terra, aconteceu no espaço de um dia da Terra. Essa tremenda dilatação gravitacional do tempo (expansão) poderia então ser uma inevitabilidade científica se um Universo com limites se expandisse significativamente.
Essa visão cosmológica, baseada na Matemática e na Física (a Teoria da Relatividade Geral) e universalmente aceita pelos cosmólogos, reconhece a expansão do Universo.
Isso pode parecer fantástico, mas não nos esqueçamos que foi Deus Quem criou todas as leis sobre a qual a ciência verdadeira está fundamentada, a qual não contesta Sua existência nem Seu papel de Criador do Universo. E, como estava operando no plano físico quando criou todas as coisas, faz sentido que haja respostas científicas - algumas das quais ainda por ser descobertas ou confirmadas - para explicar Seus procedimentos.
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